domingo, 12 de setembro de 2010

Antônio Olinto Marques da Rocha


Queria poder descrever o que sinto, queria poder chorar rios e mais rios de lágrimas, queria usar de todo o meu sentimento nesse post, gostaria que esse texto fosse tão bom quanto os outros que um dia já redigi. Hoje, é um dos dias mais marcantes da minha vida, o qual não passaria despercebido, não esquecerei jamais o que este dia significa pra mim. E hoje não sou capaz de escrever se quer uma frase que interesse a vocês, escrever é difícil, deixar fluir a minha emoção dói, só em lembrar que a pessoa que um dia me disse que eu deveria escrever tudo o que me vier à cabeça não está mais ao meu lado, nunca mais estará, só de pensar que está pessoa há exato um ano me deixou, as lágrimas caem me impedindo de continuar a discursar e homenageá-lo.

Queria poder dizer e escrever coisas lindas, momentos felizes, queria poder lembrar e sorrir, sorrir como sorria ao encontro do próprio, sorrir como sorria ao ir numa noite de autógrafos, sorrir como sorria ao receber suas palavras, ao receber seu abraço de saudade, ao sentir o amor que ele tinha por mim, em saber que ele mais do que eu apostava em mim, apostava na minha carreira, em saber que ele me queria ao seu lado autografando seus livros, em saber que ele queria que eu autografasse um livro meu para ele, mas ele se foi antes desse dia chegar e o meu sorriso não é o mesmo de antes.

Sei que meus erros de concordância nesse post são tremendos, desculpe. Só estou escrevendo o que penso no momento. Estou nervosa, estou chorando, mil coisas e recordações passam no momento em minha cabeça, não consigo organizá-las, são maiores que eu. A saudade é maior que eu.

Não consigo digitar direito, a cada tecla que meus dedos trêmulos apertam me lembro dele, a cada parada pra pensar no que digitar me lembra dele. Uma coisa é impossível pra mim é escrever e não lembrar dele, não lembrar que Antonio Olinto Marques da Rocha um dia me disse que eu seria uma grande escritora. A minha escrita, os meus textos, os meus poemas, meus versos, minha literatura, minha redação, minhas histórias, são dele, são para ele, cada palavra minha é meu tio. É impossível escrever e não lembrar de quem agora me deixou na saudade.

Preferia parar por aqui, mal consigo ler o que escrevo com tanta lágrima em meus olhos. Mas hoje, nesse dia tão marcante na minha história eu preciso homenagiá-lo, mesmo sendo com esse texto em decadência, queria fazer um melhor, mas não dá, não consigo. Mas sei que ele vai entender, sei que ele vai gostar, eu faço com muito prazer e gosto o que ele um dia me pediu. E tenho certeza que esse é o melhor presente, a melhor homenagem que eu poderia dar.

O que mais eu posso dizer, o que mais posso sentir, quantas lágrimas mais posso chorar ? Quantos dias mais sentirei falta.. Nada o trará de volta, nada vai me fazer vê-lo novamente, não o escutarei mais dizer " formidável ", minha vida será assim incompleta até quando eu respirar.

Ele se foi e eu não fiz nada, eu não ajudei, eu não quis vê-lo no velório dentro de um caixão, eu não quis dar entrevista, eu não quis dizer uma palavra, eu não fiz nada pra impedir, eu não podia ter feito isso. E agora eu choro e espero que ele um dia volte e ocupe novamente o seu lugar na mesa de jantar. Eu fui uma ignorante, ridícula, não tive coragem de enfrentar a perda, não tive coragem de acreditar na perda, eu fui fraca, eu sou fraca, covarde.

Já tentei me perdoar deste erro, já chorei mais do que meus olhos aguentam, já passei noites em claro, já abusei tanto da minha mente escrevendo por ele que dores de cabeça muito fortes apareceram, faria e faço qualquer coisa por ele. Mas não adianta, me sinto culpada por essa vida perdida. Não há texto emocionante de minha autoria que o traga de volta, por mais que eu espere, isso não irá acontecer. Mas meu consciente insiste em aguardar o momento. Eu prefiro acreditar que isso um dia vai acontecer.

Sabe, já perdi pessoas muito queridas, mas nunca chorei tanto quanto choro por essa perda, por mais que seja preciso aprender a perder. Mas de uma coisa eu tenho certeza, o céu está cada vez mais belo!


Antônio Olinto Marques da Rocha, in memory.
(1919-2009)

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